R INVASAO DOS FRANCESES

Desde os primeiros anos, após o descobrimento do Brasil, corsários franceses passaram a fazer incursões na costa brasileira, na prática do contrabando do pau-brasil. Eram contudo, ações particulares, sem caráter oficial, embora contassem com o consentimento do Reinado da França que, sistematicamente ignorava as constantes reclamações dos soberanos portugueses. Em 1555, Henrique II da França consentiu em que os huguenotes, então em luta com os católicos, imigrassem para uma colônia em que pudessem asilar-se. Cedeu a Nicolau Durand de Villegaignon dois navios, que partiram do Havre em 12 de julho de 1555. Os franceses se estabeleceram na ilha de Sergipe, hoje Villegaignon, onde levantaram uma fortaleza, a qual deram o nome de Coligny e nas ilhas da baía da Guanabara, e deram a colônia ali estabelecida o nome de França Antártica. Inúteis foram os esforços de Duarte da Costa, governador-geral do Brasil, para obter recursos com os quais pudessem expulsar os invasores. Só no governo de Mem de Sá é que se empreendeu a Campanha neste sentido, investiu ele contra o forte de Coligny, inutilizou as forificações de Sergipe e derrotou os franceses. Como represália, os franceses incitaram os índios contra os portugueses, do que resultou a Confederação dos Tamoios conjurada em 1563. Em 1564, com a fundação do Rio de Janeiro, Mem de Sá ordenou uma série de guerrilhas. Em 1566, partiram reforços portugueses da Bahia, que entraram na Baía de Guanabara em 19 de janeiro de 1567 para, dois dias depois, obterem a vitória final. Os franceses que escaparam fungiram para Pernambuco, onde tentaram estabelecer-se mas, foram repelidos. Procuraram ainda fixar-se em Sergipe e depois na Paraíba. Desalojados de toda parte, estabeleceram-se enfim no Maranhão. Em 1594, Jacques Riffault e Carlos des Vaaux estabeleceram ali uma colônia francesa. O primeiro retornou pouco depois a Europa, o segundo cansado de esperá-lo, seguiu para a França e convenceu Henrique IV a consolidar a conquista. Para estudar tal possibilidade veio ao Maranhão, Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardiéri. Em março de 1612, partiu da Bretanha a expedição deste, composta de três navios, levando cerca de quinhentos aventureiros e quatro capuchinhos. Ergueu-se um forte na Ilha do Maranhão, a que deram o nome de São Luís, em homenagem ao jovem Luiz XIII, e foi iniciada a exploração do Amazonas. Alarmaram-se os portugueses e, em 1612 veio como governador do Brasil, Gaspar de Souza, com a especial incumbência de expulsar os franceses, de onde, em 1631, partiu uma expedição chefiada por Jerônimo de Albuquerque e Martim Soares Moreno. Após dois anos de uma campanha de emboscadas e escaramuças, La Ravardiéri se retirava e o Maranhão era entregue a Jerônimo de Albuquerque. Muitos franceses, casados e estabelecidos no Maranhão, preferiram ficar no Brasil. La Ravardiére retornou a França, mas, de passagem por Portugal, foi arbitrariamente detido por três anos.

Começa na Rua Sergio Leite de Camargo, e termina na Rua Alonso Peres. Fica entre s Ruas Invasões dos Holandeses e Batalha do Jataí.

Nomes anteriores: Rua 27

Fonte: Dic.Ruas